quinta-feira, 9 de junho de 2011

Contribuição para o 1º Congresso da ANEL

O 1º Congresso da ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre) acontecerá nos dias 23 e 26 de junho de 2011, no Rio de Janeiro. Diante da importância da organização nacional dos estudantes, e da ineficácia da UNE por conta da burocracia governista que a dirige, a ANEL se coloca como uma importante alternativa nesse sentido. Assim, o Comitê Contra a Terceirização da USP escreveu a seguinte contribuição para o congresso, afim de difundir e debater a necessidade da união dos estudantes com os trabalhadores na luta contra a terceirização e o trabalho precário.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Crônica: "As lutas de classes retornam pelos banheiros"

por Lincoln Secco*

Podemos agora reler cuidadosamente O 18 Brumário de Luiz Bonaparte que a editora Boitempo acaba de lançar em nova tradução. Mas não podemos deixar de dizer que, apesar de sua genialidade, Karl Marx não imaginou até onde chegariam as lutas de classes em França ou fora dela.

Bem, elas simplesmente chegam aonde é necessário.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Aliança Estudantes-Trabalhadores nos EUA

Notícia traduzida por Caio "Atleta"

Esta primavera, enquanto ataques de alto calibre no setor público revigoram o movimento do trabalho* à nível nacional, estudantes, em conjunto com os sindicatos de trabalhadores, estão na linha de frente, começando com a incrível ocupação do prédio da Assembléia Legislativa de Wisconsin. No dia 4 de abril, milhares de estudantes se juntaram em apoio aos direitos do trabalhadores, como parte de um dia nacional de mobilização, e no dia seguinte, nós ajudamos a sediar uma aula dentro da ocupação sobre a ganância corporativa com Cornel West e Frances Fox Piven. Agora, ativistas da USAS**, dentro de suas próprias universidades, levaram a luta além, correndo o risco de prisão para se levantar à favor dos trabalhadores. Apenas nos últimos seis dias letivos, estudantes executaram cinco ocupações nas salas dos presidentes das universidades para demandar que os administradores com salários de seis dígitos finalmente ouçam às vozes dos estudantes e trabalhadores.

domingo, 8 de maio de 2011

Crônica: "Cabeças erguidas"

Por Júlia B., estudante de História da USP
“Se os alunos levantassem a cabeça de suas bandejas, veriam onde estão os negros, onde estão as mulheres negras na Universidade – servindo”. Foi assim que Pablito, diretor do Sintusp, funcionário da USP e militante da LER-QI resumiu, em uma frase, a realidade da Universidade brasileira, não só da Universidade de São Paulo.

1º de Maio: Bloco Somos Tod@s José Ferreira da Silva



1º de maio de 2011, Praça da Sé, São Paulo. Data e local de um acontecimento que entrou pra história. Não por causa das já costumeiras ''festas do trabalhador'' que ocorrem nessa data, grandes comemorações alienadas da degradante situação atual da classe trabalhadora e dos constantes ataques dos quais ela é alvo, mas sim por causa de um pequeno bloco que se destacou dessa apatia geral. O nome era Bloco Somos Tod@s José Ferreira da Silva, em homenagem ao trabalhador terceirizado morto na Faculdade de Medicina da USP após uma queda de 11 metros por não ter as condições de segurança necessárias para limpar os vidros do prédio. Em sua composição, os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados protagonistas da recente mobilização na USP, junto aos estudantes, intelectuais e organizações políticas que os apoiaram, totalizando mais de 300 pessoas. O bloco se concentrou na Praça da Sé, se manteve coeso mesmo depois da truculência da PM em reprimir as manifestações, e, depois de ter o direito a fala no palco negado pelas organizações políticas que organizaram o ato antigovernista, saiu em passeata pelas ruas do centro, até terminar no Largo São Francisco, onde foram feitas falas que deixaram claros a necessidade de se unir para responder aos ataques que são impostos ao conjunto dos trabalhadores, e a vontade das pessoas ali presentes de fazer o possível para que isso aconteça. Que atos como esse no 1º de maio não sejam mais a exceção, mas a regra nos próximos anos!

Crônica: "Insurreição das vassouras"

Por André Bof, estudante de Ciências Sociais da USP

“A luta é dura, companheiro”. É com esta constatação que uma trabalhadora anuncia ao estudante mais um dia no piquete das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da Empresa União, bloqueando mais uma vez a entrada da surda e muda- porém, implacável- Reitoria.

Nota da Assembléia de Terceirizados e Terceirizadas da USP contra as demissões em Jirau


São Paulo, 20 de abril de 2011

Nós, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da empresa UNIÃO, contratada pela Universidade de São Paulo, em greve há 13 dias na luta pelo pagamento de nossos salários, que recém conquistamos, mas também pela nossa efetivação ao quadro de funcionários da USP, viemos declarar nosso repúdio à ameaça de 6 mil demissões nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Jirau, Rondônia. No Brasil inteiro, os trabalhadores de construção civil estão denunciando o regime de semi-escravidão à que estão submetidos, e aqui na USP, ao lado dos estudantes, nós estamos lutando para que a universidade não seja mantida pelo trabalho semi-escravo. Por isso, consideramos que em Jirau, Suape, Santo Antônio, Pecem, e também na USP fazemos parte de uma mesma luta, porque somos uma só classe. Basta de precarização do trabalho e condições semi-escravas. Nenhuma demissão em Jirau!

Assembléia de Trabalhadoras e Trabalhadores Terceirizados da UNIÃO (USP)

Carta aberta aos “terceirizados” da USP e aos juristas brasileiros


Jorge Luiz Souto Maior
A sociedade brasileira está tendo a oportunidade de ver o que representa o processo de terceirização, sobretudo no setor público, a partir da realidade vivenciada – mais uma vez, infelizmente, na Universidade de São Paulo. Esta é uma situação muito triste, mas, ao mesmo tempo, grandiosa, ao menos por quatro aspectos: primeiro, porque os trabalhadores tercerizados estão tendo visibilidade (logo eles que estão por aí nos ambientes de trabalho como seres invisíveis); segundo, porque eles próprios estão se reconhecendo como cidadãos e estão demonstrando possuir, ainda, capacidade de indignação frente à injustiça; terceiro, porque os demais trabalhadores e cidadãos estão tendo a chance de exercitar um sentimento essencial da condição humana, a solidariedade; e, quarto, porque aos profissionais do direito está sendo conferido o momento para questionar os aspectos jurídicos que conduziram à presente situação.
O fato é que a terceirização é, antes de tudo, um fenômeno criado pelo direito, tendo, portanto, o direito toda a responsabilidade quanto às injustiças que tal fenômeno produz.

Manifesto contra a terceirização e pela efetivação dos terceirizados



Diante do atraso no pagamento de salários e dos direitos trabalhistas dos empregados da “Empresa Limpadora União”, que foi contratada pela Universidade de São Paulo para a realização de serviços de limpeza, e tendo à vista o estágio avançado do processo de terceirização na Universidade, os abaixo-assinados firmam as seguintes reivindicações:

Lançamento do livro "A Precarização Tem Rosto de Mulher"


"Com este livro, buscamos reconstruir a história de uma pequena, mas exemplar, luta operária contra as péssimas condições de trabalho na Universidade de São Paulo*. Foi uma luta de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da limpeza. Para contar esta história, à luz do processo internacional e nacional de ataque aos direitos da classe trabalhadora e de precarização e terceirização do trabalho, buscamos recontar o processo a partir de entrevistas com Silvana, principal trabalhadora que esteve na linha de frente desta luta, e também com dirigentes sindicais, trabalhadores efetivos da USP, estudantes e militantes trotskistas que atuaram conjuntamente e de distintas maneiras para transformar esta pequena luta numa verdadeira batalha de classe."
* Greve de 2005 dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados da empresa Dima, que paralizaram suas atividades diante dos atrasos de pagamentos e da ausência dos direitos básicos de qualquer trabalhador.